A LINGUAGEM DE UM MUNDO DOS NEGÓCIOS


É interessante ponderarmos sobre a contribuição do pensamento (meta)teórico para entendermos diferentes dinâmicas sociais. O mundo dos negócios, assim, também pode ser representado enquanto uma dinâmica de relações sociais e de entidades teóricas, eis uma abordagem possível.
Imagem: http://rmtech2010.blogspot.com/

Uma entidade teórica que me instiga e que parece ter uma abordagem um tanto quanto difusa em algumas interpretações sobre o Universo Business é o conceito de Cliente. Algumas abordagens de visão realista assumem a entidade Cliente como um dado no mundo: “O cliente dessa empresa em formação é X”, “Devem primeiramente identificar o seu cliente” etc. É pertinente contextualizarmos essa noção, e uma possibilidade é: uma empresa só tem um cliente X quando ela possui algum tipo de vínculo desse tipo com X, antes ela tem apenas um Cliente Potencial.

Uma possibilidade de abordagem, aparentemente óbvia, mas interessante de ser pensada, é a de que cada empresa tem seu cliente (o que se seguiria da questão inicial), de modo que o cliente é único a cada empresa. Nenhuma empresa, assim, divide um mesmo cliente. Por quê? Porque os produtos são únicos a cada empresa, assumindo-se que cada empresa cria, mesmo que não produza, seu produto. Isto é, aparentemente um mesmo produto passa a ser outro produto se vendido por outra empresa.

A título de exemplo: ao possuir linhas telefônicas de operadoras diferentes, sou cliente de duas operadoras, mas cada uma possui um cliente diferente, embora seja eu a mesma referência no mundo! Sou cliente, pode-se pensar, então, de dois serviços diferentes, pois as prestadoras são diferentes, assumindo-se que o serviço oferecido é único a cada empresa.

O que se segue dessa questão? Muita coisa. Por exemplo, justifica-se, desse modo, que o Cliente, ao ver que uma prestadora oferece um produto mais adequado às suas necessidades, torna-se Cliente de apenas uma dessas empresas, caso contrário, usufruirá ele das diferenças (vantagens ou não!) de ambas. As duas, assim, dividem certos aspectos de clientes próprios.

Qual é a parte interessante (leitura extra-acadêmica: de interface com a realidade!) dessa perspectiva? É que ainda há empresas que fazem buscas por clientes, sem pensar que vão construir seus clientes ao lançarem-se no mercado e de fato construírem um laço comercial, antes disso não há Clientes, há apenas potenciais! Se as empresas buscassem construir uma relação relevante entre o produto potencial, o serviço potencial a ser prestado e o cliente potencial durante o processo, certamente mais empresas interessantes surgiriam e seus objetivos seriam mais rapidamente alcançados.

Comentários