FUTURO...



Imagem: not1.com.br




Hoje mesmo, li duas matérias na internet que me inspiraram a pensar e, digamos que, a sonhar também.

Estudos indicam que, até 2050, os recursos responsáveis por 62% da produção de energia mundial estarão esgotados, e, no mais tardar até 2250, o carvão, responsável por outros 25% de nossa produção de energia, também se extinguirá.


Considerando até 2050 apenas, eu fiquei pensando: e se eu reduzisse a energia gasta em minha casa nesse valor? Bem, na verdade, minha resposta veio logo em seguida:

Será que eu conseguiria tomar um banho 62% mais rápido? Usar 62% menos computador? Assistir 62% menos TV? Comprar uma geladeira 62% mais econômica? Enfim, usar 62% menos energia em tudo que faço


Pode até parecer que não, mas 62% é muita coisa, e eu não conseguiria manter a mesma qualidade de vida que eu mantenho atualmente. Por quê?


Bem, não é apenas com a energia gasta dentro de casa que eu deveria estar me preocupando, por exemplo: para eu ir de Chuí até Uiramutã, os dois extremos brasileiros, são percorridos aproximadamente 4320 km em linha reta; se eu fosse obrigado a viajar para essas cidades (é  estranho pensar em uma viajem 62% mais curta), seria necessário fazer uma viajem 62% mais econômica, e viajar na classe econômica não ajudaria em nada nesse sentido! E quais seriam minhas alternativas para essa viagem?


Acho que já deu para perceber que nossas escolhas seriam bem reduzidas nesse ponto, não? Basicamente todo o mundo, como o conhecemos hoje, deveria ser modificado: nossos costumes, nosso modo de gerenciamento, nosso modo de poupar energia e até mesmo nossos conceitos de poupar: uma luz desligada não seria suficiente para isso!


Obviamente não estamos falando apenas de poupar e gastar menos energia, estamos falando de mudar 87% da matriz energética do mundo para uma forma de produção mais instável (por não haver um domínio sobre uma série de fatores relevantes para a produção desta) e com menor produtividade que as atuais, que serão retiradas


Se gastar 62% a menos já é muito, imagina, então, sobreviver com apenas 13% da energia que eu gasto hoje... Mas isso já é um futuro mais distante deste de que me refiro.


Certamente não ficaremos sentados olhando essas mudanças! A tecnologia tem avançado, e, possivelmente, surgirão novas formas de produzir energia, que podem ser tão eficazes quanto essas que serão extintas - mas isso não quer dizer que, até 2050, não vamos experimentar uma época bem difícil, onde a energia produzida não será suficiente para abastecer indústrias e cidades ao mesmo tempo, uma época em que o progresso nos países será medido segundo sua capacidade de produzir energia em quantidade suficiente para abastecer seu país, e que guerras serão iniciadas com o princípio de obter alimentos, energia e água para sua população.


Creio que, para que a época que citei acima não se concretize, será necessário poupar energia, e muita energia, até que esses novos meios sejam implantados. Mudanças fortes o suficiente para mudar o estilo de vida de uma população inteira! 


Certamente essas mudanças não irão acontecer de um dia para o outro e nem por vontade própria em uma população de 6 bilhões de habitantes (na verdade uns 3 bilhões apenas, pois quase metade da população mundial não vive na abundância de energia elétrica). 


Além de muito tempo, seriam necessários programas dos governos e medidas não-paliativas, tal como o racionamento de energia.


Agora peço a você, que está aqui lendo este texto neste blog, que faça um exercício de imaginação e pense como seria o mundo em 2050... pense nisso por uns 10 minutos, sim, é bastante tempo, mas é para perceber que é uma coisa séria! Darei algumas informações que podem ser necessárias para a construção de tal imagem, não sendo todas necessariamente verdadeiras, pois nossa tecnologia vem crescendo consideravelmente com o passar do tempo:

              O plástico derivado diretamente do petróleo deixaria de existir, só havendo a possibilidade de plásticos reciclados e derivados de outros produtos.

             A extração de matérias como rochas e metais seria muito mais cara, lenta e dificultada, tendo como consequência um baixo abastecimento de produtos em várias indústrias.

            Prédios de concreto e metal deixarão de existir, a resposta para a questão do metal é: baixa na produção! Para a do concreto: o cimento utilizado no concreto vem majoritariamente de rochas calcárias e argila; além de haver um grande gasto de energia na produção deste, utiliza-se Gás ou Óleo, a fim de que haja fusão dos elementos para a formação do cimento, materiais que terão sido extintos!

           Viagens de longa distância seriam dificultadas, e viagens dentro da cidade ou a cidades vizinhas deveriam ser mais econômicas.

          O conceito de cidade seria modificado, visto que é difícil transportar grande quantidade de alimentos para uma grande cidade.

          Como energias renováveis são pouco eficientes, seriam necessárias grandes áreas para tais produções...


Imagino um mundo, um mundo perfeito, um mundo em que todas as pessoas são felizes e têm o que precisam.


Imagino, também, outro mundo, um mundo horrível, onde a fome reina e a criminalidade assusta.


Por fim, imagino o nosso mundo e tento posicionar ele entre essas duas imagens que construí, sabe o que me assusta?


É que o nosso mundo está mais perto do “também” do que eu imaginava.

Cássio Barros de Aguiar – Estudante de Engenharia Civil (UFRGS)

Comentários