‘Uma necessidade gutemberguiana apenas’ - ela disse, com aquele olhar lânguido de meio-dia. ‘Não me fale, me escreva. Pule da Maiêutica Socrática para a Idade Média, mas não faça, por favor, que nem muitos, que pulam a Idade Média, muito intuitivamente por certo, via escrita-oral! É que ela é uma tão-bela Idade...’.
Sobre memória contemporânea e teoria escrita: Não importa a relevância da matéria de nossa escrita, seu conteúdo será esquecido em menos tempo do que se imagina. É melhor escrever um texto problemático e polêmico do que um texto fantástico e Invisível, Amemorial. Por Amemorial, entende-se aquele trabalho cuja vaga lembrança nos faz referenciá-lo através das seguintes estruturas: “um texto”, “alguém disse”, “uma vez”, “em algum lugar”, “não me recordo bem”, etc. A relevância do texto problemático, quer verbal, quer imagético, é impressionante. Um bom texto irrelevante mas polêmico, é mais relevante do que um bom texto relevante e que cala. Um texto que nos cala, ao que parece, nos cala em escala! Nos cala no momento e na lembrança. Há tantos textos pré-TICs que não esquecemos; os atuais, no entanto, dificilmente possuem a propriedade de ser Lembráveis. Nossa cognição está rumando à memória de trabalho dominante no Hipocampo, uma espécie de lesão natural, em que a informação se desfaz em instantes... Nossas Amídalas Cerebelosas estão trabalhando bastante no espaço do HD disponível para o conteúdo emocional imperativo! Mas o que é imperativo? Para quem? Em que contexto? Pois é, os Sofistas eram visionários.
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