Sobre mapeamentos teóricos e situações diárias...

É intuitivamente forte que a transferência de traços de qualidade (semelhança com o objeto) (como se passa no cenário político, no futebolístico e etc.) está muito mais relacionada cognitivamente em termos de iconicidade do que em termos de arbitrariedade ou simbolismo (no sentido peirceano). Seria um princípio cognitivo que teria traços de economia de processamento informacional e traços relacionados, também, à emoção. 

As características de semelhança transferem uma carga de informações, em diversos casos, muito mais relevante emocionalmente e cognitivamente do que informações ao nível do arbitrário. Então, na comunicação, quando alguém carrega características semelhantes às de alguma informação que a nossa crença é simpática, este terá mais chances de ganhar nossa simpatia, por hipótese. Isso é perceptível quando um dado jogador apresenta características semelhantes, de algum modo, a de outro que admiramos, tornando-se, assim, objeto de nossa simpatia quase natural. No entanto, se isso for algo ao nível do arbitrário, não se realiza tão facilmente, ao que parece. Desse modo, se aquele mesmo alguém que nos é simpático dizer que X é bom, que X joga bem, que Xn, o efeito não seria equivalente. 

Se a Marina Silva se apresentasse, nesse sentido, ‘mais Lula do que a Dilma’ ou se um jogador se parecesse por demais com Pelé, poderia até mesmo o Pelé dizer que admira mais Y (outro jogador), que pareceria não gerar os resultados desejados. A iconicidade se mostra arrebatadora, mesmo que a razão penda para o arbitrárioA razão tende ao arbitrário, no sentido de que os cálculos lógico-cognitivos seguem regras mais ou menos fixas. Elas seriam arbitrárias, pois, caso não tivessem essa tendência, seriam, por hipótese, de qualquer espécie ou não-motivadas. 

Esse discurso é apenas o prólogo para alguns textos, que além de serem inputs para o riso (que por si só se mostra relevante), inspiram a uma crítica à linguagem e ao extralinguístico, mesmo que, para alguns, este não exista!





Às vezes, ler um discurso político supera nossas expectativas, justamente quando uma mente sagaz pare uma retórica criativa. 


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