Comunicação III


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O Papa Bento XVI, ultimamente, tem se revelado como um dos melhores comunicadores da Igreja. A Igreja Católica, temos de convir, detém um vasto conhecimento e, em muitos casos, fez sinalizações com alta capacidade preditiva, porém desacreditadas pela incapacidade comunicativa de suas lideranças. Frases soltas e vagas rechearam manifestações da Igreja, deixando o caminho aberto para ataques precisos por parte da comunidade global, não sem razão. Recordo-me do romance The Dying Animal, de Philip Roth, que traz uma análise muito interessante sobre o início do uso de métodos contraceptivos, rechaçados pela Igreja, e de todo o contexto social norte-americano na época, pela ótica de um participante dos eventos narrados. O narrador expõe sua reflexão acerca das consequências sociais de tais usos e de sua posterior compreensão da posição católica. O romance é bastante ácido e sinaliza muito bem para o contexto de intervenção da Igreja, nem sempre compreendido, nem sempre comunicado. Nos últimos tempos, porém, o Pontífice tem feito um esforço comunicativo, a meu ver, grande, e parece que conseguiu um poder comunicativo mais expressivo. Penso que ele foi bem-sucedido em uma de suas últimas manifestações - em termos comunicativos - sobre a interação virtual. Agora, se, de outra ponta, será bem-compreendido, já é outra história a ser escrita.


Papa adverte sobre risco de alienação nas redes sociais
PORTAL TERRA 24/01/2011 12h28
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O papa Bento 16 deu a sua bênção às redes sociais na segunda-feira, elogiando o potencial que elas têm, mas advertiu que a amizade online não substitui o contato humano real.
O pontífice de 83 anos, que não tem uma conta própria no Facebook, expressou sua opinião numa mensagem cujo título caberia muito bem no Tweeter. "Verdade, proclamação e autenticidade da vida na era digital".
Ele afirmou que as possibilidades das novas redes sociais oferecem "uma grande oportunidade", mas alertou sobre os riscos de despersonalização, alienação, comodismo e sobre o perigo de ter mais amigos virtuais do que reais.
"É sempre importante lembrar que o contato virtual não pode e não deve tomar o lugar do contato humano direto com as pessoas em todos os níveis de nossas vidas", disse Bento 16 na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações, da Igreja Católica.
Ele pediu que os usuários das redes sociais se perguntem: "Quem é o meu ''vizinho'' nesse novo mundo?" e evitem o risco de estarem sempre disponíveis online, mas "menos presentes para aqueles que encontramos na nossa vida cotidiana".
Os horizontes vastos das novas mídias "exigem urgentemente uma reflexão sobre o significado da comunicação da era digital", disse ele.
O papa não citou o nome de nenhum site de rede social específico nem nenhuma aplicação, e recheou sua mensagem com termos como "compartilhamento", "amigos" e "perfis".
Ele afirmou que a rede social pode ajudar o "diálogo, troca, solidariedade e a criação de relações positivas", mas ele também fez várias advertências.
"A entrada no ciberespaço pode ser um sinal de busca autêntica para encontros pessoais com os outros, desde que se preste atenção para evitar os perigos como o de manter alguém num tipo de existência paralela ou de exposição excessiva ao mundo virtual", disse ele.
"Na busca por compartilhamento, por ''amigos'', há o desafio de ser autêntico e consciencioso, e não ceder à ilusão de construir um perfil público artificial".

Comentários

  1. Ainda sobre o tópico: http://tv.estadao.com.br/videos-canal,TECNOLOGIA,261,0.htm

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  2. Ainda sobre o tópico (II): http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/a-proibicao-de-metodos

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